Um levantamento feito pela Consultoria de Recursos Humanos - Robert Half com diretores financeiros para saber o quanto eles levam em conta a estabilidade de emprego de um candidato, aponta que 95% desses diretores ouvidos, descartam candidatos com pouca permanência nas empresas.
Isso mesmo, você leu...descartam, como aparece na matéria do jornal Estado de São Paulo.
E na pesquisa, o que significa de fato pouca permanência nas empresas?
O estudo mostra que cinco trocas de emprego em dez anos são suficientes para taxar um candidato como instável, na opinião de 20% dos entrevistados.
18% acham que sete mudanças nesses período é um número elevado e 15% acham que 3 mudanças já merece uma atenção.
Infelizmente não tive acesso ao estudo todo que saiu no Estadão desse domingo, mas achei um tema muito curioso, principalmente no caminho avesso que estamos vivendo.
Ficam aqui algumas curiosidades de minha parte...
Tudo indica que esses diretores entrevistados são de uma geração diferente da geração que estão hoje começando a dominar as organizações. Como será que tem sido para eles lidar com essas diferenças? Ainda mais em uma área como a financeira, que possui um caminho de carreira um pouco mais lento que outras áreas como marketing por exemplo.
Como fazer para atrair e reter jovens profissionais para que eles não cedam a tentação de buscarem outras oportunidades ou até mesmo outros caminhos de carreira, que possam atender as rápidas vontades e expectativas que normalmente surgem nessa geração?
O fato de não ter a pesquisa por completo com certeza impossibilita maior profundidade de análise, mas pelo menos alguns pontos eu me permito considerar:
Sair no jornal um título como "Empresas rejeitam candidatos que passam por cinco empregos ao longo de dez anos" é no mínimo perigoso e na minha visão irresponsável.
Antes de chegarmos a qualquer conclusão sobre se o candidato é instável ou não, e principalmente utilizar a palavra "descartado", eu acho que vale um pouco mais de cuidado e entendimento do que realmente ocorreu com cada cidadão e de fato entender os motivos que o levaram a fazer isso.
Não acho que devemos inverter as coisas e colocar a culpa apenas no profissional que mudou de emprego por 5 vezes, mas será que as empresas que aquele candidato trabalhou não merecem ser também avaliadas? Para o bem, e principalmente para o mal.
E só para concluir, do ano 2000 para cá, quantas crises, reestruturações e falências já não houveram?
Cuidar com julgamentos tortos e imprecisos é fundamental, pelo menos é o que se espera quando falamos de profissionais de alto gabarito como diretores financeiros, jornais de grande circulação e consultorias renomadas no mercado.
Vale no mínimo um pouco mais de cuidado!
Um abraço e até a próxima...
Fonte: Jornal Estado de São Paulo - 09 de novembro
Foto: Google
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