sábado, 7 de setembro de 2013

Se assumir ou não? Eis a questão!




Desde que comecei a trabalhar há 15 anos, percebo uma grande mudança no mundo profissional. 


Hoje, vejo cada vez mais muitos e muitos jovens executivos ou não que possuem formações exemplares, experiências internacionais, super comprometidos com suas empresas empregadoras e afirmo que são profissionais com um perfil que muitas empresas buscam por aí hoje.


Ah, e são gays!




Percebo também que alguns desses jovens já contaram inclusive a verdade aos seus pais, e que apesar de terem tido um momento difícil, sentem-se aliviados em deixar para trás uma mentira que carregavam.   

Mas e se assumir na empresa? Deve?

Possivelmente, esses profissionais já ouviram muitas e muitas piadas no ambiente profissional a respeito do homoerótico (masculino e feminino) e mais do que isso, encontram gestores e colegas com comportamentos bastante conservadores.

Costumo dizer que uma empresa séria, quando busca contratar uma profissional, tem um objetivo maior que é o de atingir os resultados da melhor maneira possível. E para que isso aconteça, ter um background acadêmico, apresentar as competências requeridas, seriedade profissional, entre outros, são os dados mais importantes e relevantes. Não podemos esquecer claro, que o comportamento profissional é um fator bastante relevante também.

Mesmo que hoje o tema esteja na moda, é o que mais escuto, me arrisco em afirmar que ainda não podemos dizer que nosso país tenha os profissionais mais bem preparados para aceitarem tranquilamente a orientação sexual homoerótica em suas empresas. Poderia contar aqui diversos exemplos de empresas bastante radicais e já participei de entrevistas onde o gestor abertamente me disse que o candidato, que era excelente, não poderia seguir no processo, exatamente por demonstrar indício do comportamento.

Comportamento esse que digo, é a famosa atitude "afetado".

Preconceito?

Sem contar as inúmeras vezes que as pessoas quando percebem alguma situação diferente sobre alguém que ainda não se declarou publicamente, não exita em chegar no colega mais chegado e perguntar: "Será que ele/ela é gay"? E fica toda a turma muitas vezes fazendo os mais diversos comentários.

Mas fico aqui pensando...

O comportamento sexual só é um problema quando interfere no ambiente de trabalho, certo? Mas isso, no meu ver, não deveria valer apenas para as pessoas que se relacionam com pessoas do mesmo sexo. E o que fazer com aqueles homens que não resistem a nenhum rabo de saia (como diz minha mãe)? Muitas vezes, essa espécie de relacionamento pode ter e gerar problemas muito maiores que o homoerótico discreto.

Mas diante disso tudo, volto a pergunta inicial, a pessoa deve se assumir na empresa?

Se por um momento eu reflito mais friamente, minha resposta é NÃO!

Não acho que seja uma boa ideia. O que a pessoa faz na vida pessoal, e não estou falando de sexo, só se refere a ela mesma. Também, as empresas estão cheias de pessoas "conservadoras" e sair do armário pode com certeza prejudica-las.

Mas, confesso que tenho muitas dúvidas. Será que existem empresas sérias e que as pessoas podem viver suas verdades de maneira tranquila e feliz?

Será que realmente o mundo ou o Brasil ainda não está preparado para isso?

Qual sua visão?

O intuito de escrever sobre esse assunto aqui no Blog foi proposital. Gostaria muito de ouvir histórias, sejam preconceituosas ou não, e a partir daí poder de maneira sigilosa colocar essas histórias aqui no Blog para reflexão e discussão.

Se por um acaso você tem uma história para contar, envie um email para ipcdam@me.com.

De novo, o sigilo é garantido!

Um abraço e até a próxima...

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